Prisão de ventre: um problema do corpo todo
abril 06, 2017
Olá meninas,
A constipação intestinal, ou prisão de ventre, é um distúrbio muito comum nos dias de hoje, principalmente em função da alimentação da grande maioria das pessoas.
Atualmente, a maioria de nós está habituada a uma alimentação mais rápida por conta da rotina do dia-a-dia e muitas das vezes escolhemos alimentos ricos em carboidratos refinados, gorduras trans, gorduras saturadas e sódio, e pobre em fibras, vitaminas e minerais. Este padrão alimentar equivocado pode ser o fator para desencadear o transtorno intestinal que, literalmente, deixa qualquer um “enfezado”.
Uma das reclamações mais comuns de pessoas que tem prisão de ventre é o mal-estar generalizado. O estilo de vida estressado, “correndo contra o tempo” e sedentário, aliado à alimentação desequilibrada, forma um conjunto que pode ser o causador da constipação intestinal.
Mas embora se pense sempre em primeiro lugar na parte fisiológica da questão, queremos trazer outra perspectiva interessante: a de que esse distúrbio possa ser um conjunto de fatores que giram em torno do corpo como um todo.
Os sintomas mais comuns de constipação intestinal são:
- apresentar fezes endurecidas;
- esforço excessivo para defecar;
- sensação de evacuação incompleta;
- número de evacuações inferior a 3 vezes por semana, mesmo quando se tem uma alimentação rica em fibras;
- falta de reflexo de evacuação por 3 dias consecutivos.
Existem várias causas biofísicas para desenvolver prisão de ventre e a mais comum é a inibição do estímulo de evacuação, ou seja, quando sentimos vontade de ir ao banheiro e seguramos. Repetidamente isso pode ocasionar o desaparecimento do reflexo fisiológico com o passar do tempo. O sedentarismo também pode causar constipação, a não pratica de exercícios físicos pode provocar a diminuição da atividade contrátil do cólon. Outras coisas como a baixa ingestão de fibras, baixa ingestão de água e o uso crônico de laxantes, podem ser causas para a constipação crônica.
A importância das fibras e da hidratação adequada
As fibras alimentares são componentes de alimentos de origem vegetal como cereais, leguminosas, hortaliças e frutas (principalmente nas cascas e bagaços). São partes não digeridas e não absorvidas de alguns alimentos. Elas passam pelo trato gastrointestinal sem sofrer ação de enzimas digestivas, chegando intactas no intestino.
No intestino, as bactérias da flora intestinal começam a fermentar essas fibras, produzindo gases e ácidos graxos de cadeia curta que servem como fonte de energia para as células intestinais.
As fibras fazem com que a flora intestinal fique equilibrada, pois todo esse processo de fermentação das fibras ajuda no crescimento de bactérias boas e impede o crescimento de bactérias que seriam ruins para o intestino.
Pessoas que ingerem pouca fibra e água, provavelmente podem desenvolver prisão de ventre porque acabam produzindo fezes mais endurecidas e pouco volumosas. As fibras tem a capacidade de reter água, aumentando o bolo fecal, formando fezes mais macias.
A ingestão de líquidos é essencial! Quando aumentamos a ingestão de fibras consequentemente temos que aumentar o consumo de água, porque fezes pouco hidratadas tornam-se endurecidas e geram desconforto abdominal pelo excesso de flatulência, além de exigirem um grande esforço para serem eliminadas.
Beber água pura é um hábito que devemos levar para o nosso dia a dia. É importante estar sempre com uma garrafinha para nos hidratarmos ao longo do dia. Lembre-se que quando sentimos sede já é nosso corpo nos alertando!
O corpo é um todo complexo
Na maioria das vezes, tratamos a constipação intestinal como algo meramente do aparelho digestivo. Um distúrbio diagnosticado e tratado como uma disfunção física. Contudo, a prisão de ventre pode nos ensinar uma lição importante: de que o corpo é algo vivo, potente, que pensa e que não é como uma máquina, ligada na concepção e desligada na morte. Ou seja, o corpo funciona absolutamente integrado com todas as outras partes que definem o ser.
Na prática, é importante estarmos em contato com o nosso corpo e fazermos a leitura de seus distúrbios de forma a contemplar o emocional nesse processo. É preciso respeitar e compreender seus movimentos e seus “porquês”. A retenção fecal pode não estar ocorrendo por acaso, mas ser fruto de uma insatisfação do próprio corpo. Se pensarmos subjetivamente, a prisão de ventre pode estar associada a um excesso de controle, bem como a retenção dos sentimentos que não dividimos, mas mantemos contidos dentro de nós - assim como as fezes.
Por isso, quando se fala de causas emocionais para constipação intestinal, não estou falando apenas de estresse, mas de alguma manifestação mais profunda, na qual não estamos fazendo a devida leitura.
Por isso, se você quer compreender melhor seu corpo e melhorar de verdade os problemas intestinos, fiquem atentas:
- sobre a sua personalidade: você é do tipo que retém as emoções, não divide os sentimentos ou tem dificuldade de se expor ou se expressar de alguma maneira?
- é do tipo que “guarda mágoas” mantém-se amargurada com situações passadas e não perdoa a si ou a outros?
- se irrita com facilidade, mas não manifesta a raiva?
- é do tipo controlador, que procura manter tudo sob o seu controle, não gostando de dividir tarefas com ninguém?
Enfim, essas são algumas questões subjetivas que podem interferir no bom funcionamento do intestino. É importante avaliar o momento presente, não apenas as características essenciais da sua personalidade, bem como estar perceptivo a como seu intestino responde aos estímulos externos e circunstâncias do cotidiano. Por exemplo: algumas pessoas quando estão muito tensas e nervosas apresentam aquela famosa “dor de barriga”, ou ao contrário, o nervosismo, ansiedade ou expectativa pode vir acompanhada de uma forte prisão de ventre. Sendo assim, fica claro que o corpo fala e precisamos estar disponíveis a ouvi-lo. Então o segredo é boa alimentação e autoconhecimento para manter o equilíbrio do corpo como um todo.
Beijos, amores
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