Adoção: por que não?

abril 25, 2017


Pleno 2017 e muita gente ainda torce o nariz quando, porventura, está querendo um cachorrinho ou gatinho e você diz "por que você não adota?". As desculpas são infinitas, tudo para comprar aquele filhote fofinho da raça X por R$ 3.000,00. E não, não é porque eu sou vegetariana que defendo a adoção, eu nunca concordei com compra e venda de qualquer animal pelo simples motivo que eles não são objetos de uma vitrine. Inclusive foi pesquisando isso a fundo (quando cogitei inicialmente de parar de comer carne animal) que fui vendo que muitos canis utilizam cadelas como parideiras (lembrando que isso não ocorre apenas com cães) e elas vivem em condições precárias, sendo usadas única e exclusivamente para cruzar e ter filhotes. Isso é de uma crueldade tamanha que eu prefiro nem ir muito à fundo no assunto pra não causar mais polêmica. rs

“E enquanto envelhecia e adoecia, ensinou-me a manter o otimismo diante das adversidades. Principalmente, ele me ensinou sobre a amizade e o altruísmo e, acima de tudo, sobre lealdade incondicional.” (Marley e Eu)

Antes de falar sobre a adoção, achei importante frisar a frase acima e esse recado vai pra quem está querendo bichinho ou já tem: nunca se esqueça que o seu pequeno companheiro muito provavelmente vai deixar esse mundo antes de você, ou seja, ele vai envelhecer mais rápido e como qualquer idoso vai necessitar de atenção redobrada! Quando ele ficar cego, não conseguir segurar o xixi ou não andar mais, não esqueça da alegria que ele te deu nos tempos de maestria e pura brincadeira e dê a ele o melhor final de vida possível - por favor.

Como vocês sabem, eu tenho um cachorrinho. Por consequência da vida, ele é de raça e é um beagle. Mas antes que você atire pedras em mim pelo que escrevi lá no primeiro parágrafo, já te adianto que ele é adotado.
- Como assim, Lari? Você adotou um beagle?
- Aham, adotei. Senta que lá vem história.

Eu e meu marido estávamos prestes a nos casar e queríamos um companheirinho. Começamos a olhar várias páginas de diversas ONG's de proteção animal aqui no Rio e preenchemos formulários de adoção de vários - VÁRIOS MESMO - cãezinhos de diversas idades e grande maioria SRD (eu amo viralata, só pra deixar registrado mesmo kkkkk).
Após alguns meses de tentativa e até de perder a adoção de um cachorrinho maravilindo viralatinha marrom e sem uma pata traseira (nunca vou esquecer dele </3), meu marido se deparou com um grupo no Facebook chamado Beagles-RJ onde defendem a castração e procuram tutores responsáveis para vários cãezinhos que, por razão qualquer, os atuais donos não querem/não podem mais ficar com eles ou foram abandonados. E foi numa dessa que Fernando (meu marido que vive aparecendo no Stories do Instagram, pra quem ainda não tá íntimo) viu nosso Baroninho.

Eram dois bigulinos, um macho de 2 anos e uma fêmea de 8 meses. Nessa altura do campeonato eu já tinha desistido de adotar um cachorro, já tava achando que era Deus falando pra gente que não era a hora. Mas marido continuou tentando e preencheu formulário de adoção para os dois.
O retorno foi até bem rápido e em poucos dias ligaram para uma entrevista para a adoção do macho, dizendo que eles receberam muitos formulários para a fêmea filhote e apenas dois para o cão adulto. ~ Pausa dramática: você já percebe como as pessoas são apenas com esta informação. Sigamos... ~

Resumindo a história, fizemos todos os trâmites para a adoção e fomos buscá-lo na casa do seu antigo tutor, que alegou que estava dando porque ele brigava muito com o cachorro da irmã. (Não farei pausa dramática porque sei que já entenderam.)
Seu ex nome era Bolt. Assim que Fernando pegou a guia, ex Bolt pulou no meu joelho. <3 Ele estava todo sujo, fedendo a murrinha, cheio de remela e consideravelmente magro. O cara falou que não tinha dado banho nele porque ele tava meio gripado. ~ Preciso fazer uma pausa dramática: desde quando gripe é desculpa pra não dar banho? Ainda mais quando se tem uma casa enorme com um quintal cheio de sol pra secar. ~
Pegamos o cachorro e fomos pra casa. A primeira coisa que fizemos foi dar banho nele porque né e ele pulava e corria de tanta felicidade que chegou a dar um aperto no coração. Levamos ele no veterinário no dia seguinte e ele estava com sarna (tínhamos reparado que não parava de se coçar), otite e conjutivite. De resto graças a Deus estava tudo ok.
Ah! Descobrimos que ele não tinha apenas 2 anos como seu ex tutor informou, e sim aproximadamente uns 5 anos.
Foram algumas semanas de tratamento, remédios e banhos até ele ficar 100% e, lógico, mudamos o nome dele. Primeiro porque Fernando falou que se tivesse um cachorro, o nome seria João Barone, desde que começamos a cogitar adotar um. E sim, é por causa do baterista do Paralamas do Sucesso. hahaha Inclusive, ele também está la no instagram. ;)



Estava tudo lindo até que, aproximadamente um mês depois, ele começou a ter crises de convulsão. Corremos com ele, fizemos exames e descobrimos que ele é epilético. Hoje ele vive perfeitamente feliz e sem convulsões tomando remédio controlado.
No meio do caminho, antes e depois das convulsões, ele apresentou alguns sinais de agressividade comigo - totalmente diferente daquele catioríneo fofíneo que pulou no meu colíneo assim que me viu. E era só comigo. Ele chegou a me morder umas duas ou três vezes e o adestrador Norberto, parceiro do Beagles-RJ, nos ajudou muito a entender como lidar com a situação e os possíveis motivos.

Hoje nosso Baroninho é um catioríneo muito dócil - salvo alguns estresses repentinos dele, porque eu sou do tipo felícia, hahaha - e muito especial. Lógico que ele, como um bom beagle, adora fazer umas besteirinhas às vezes, mas acredito que ele só não apronte mais por não ser tão novinho.



Se você ficou com preguiça de ler meu textão Deus tá vendo, tem um vídeo lá no canal Se Aventurar que eu e marido temos no YouTube, onde falamos sobre a adoção do Barone:


Meu depoimento te encorajou a adotar um cão? Recomendo que leia antes as dicas que o site Beagles-RJ disponibilizou sobre o que é preciso antes de adotar só pra você ter certeza se é isso que você quer e se você tem total condição e responsabilidade de adotar/amar um filho de quatro patas.

E você? Tem um cãozinho adotado ou mesmo comprado? O que você pensa sobre o assunto? Conta nos comentários pra gente. (:


BEIJOS

* Fotos do fotógrafo Victor Vasconcellos.

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